sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Despedida

A ti, dedico todas as noite sem dormir
E também as mal dormidas
A ti, dedico as noites nos bares até fechar
E também os uísques baratos
Que tomei na solidão do meu lar.

A ti, dedico os guardanapos rabiscados
Os poemas datilografados
O desenho mal pintado
E os textos não acabados.

A ti, dedico a vida que levei
Os amores que amei
As promessas que eu fiz
As promessas que farei.

Dedico também a ti
Sentimentos que não vivi
Carinhos que não vi
E promessas que não cumpri.

Te dedico minha desculpa
E assumo que tenho culpa
Mas foi uma vez só
Pense, podia ser pior.

Podia?
Um caso seria menos humilhante?
Te faria me perdoar
Ou faria com que se achasse mais insignificante?

Me desculpe, mas não era minha amante
Foi só por dia
E quem diria que por uma noite de prazer
Eu trocaria toda uma vida de alegria?

Cá estou, velho, arrependido
Escrevendo esse bilhete
Torcendo para que, ao ler,
Consiga me perdoar esse amor bandido.

Dedico a ti quase toda a minha vida
A morte, dedico ao erro
De não ter te dedicado apenas um dia
O dia que me arrependo tanto,
Que estou forçando a minha ida.
Adeus.

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