terça-feira, 26 de abril de 2011

Sou do tempo em que as pessoas se importavam com as outras, do tempo em que se via o problema do próximo como se fosse consigo mesmo e só então se procurava uma solução.
Sou do tempo em que as pessoas não se orgulhavam de ter um problema maior que o do amigo, do tempo em que se ajudava por ajudar, sem esperar reconhecimento, mas mesmo assim ele vinha.
Sou do tempo que qualquer problema era problema e que as pessoas davam a devida importância a eles, por menores que eles fossem. Sou do tempo que qualquer amigo se tornava um grande amigo mediante o problema do outro.
Ah, o tempo em que se pensava antes de julgar, o bom tempo em que não olhavam só para seus próprios umbigos... O tempo em que havia tempo para tudo, até mesmo para os probleminhas.

O tempo em que existia tempo, porque nos tempos de hoje já não se tem tempo pra nada.

quinta-feira, 31 de março de 2011

A de amor
A de angústia
A de ansiedade
A de adeus

E de 'eu te amo'
E de 'eu gosto de você'
E de 'eu adoro você'
E de 'eu sem você'

I de indispensavel
I de inesquecivel
I de inesperado
I de indiferença

O de otimismo
O de olhos nos olhos
O de olhar perdido
O de ódio

U de união
U de unicos
U de 'um dia foi bom'
U de 'um dia existiu amor, 'eu te amo', indispesável, otimismo e união'

terça-feira, 22 de março de 2011

Não sei demonstrar afeto, mas sou ternura e carinho o tempo todo, no corpo todo.
Sou capaz de resolver facilmente problemas que parecem complicados ao demais, mas insisto em fazer drama, complicar as coisas e resolve-las só quando necessário.
Não sou de guardar coisas ruins e muito menos de esconder coisas boas. Já sorri pra não chorar, mas também já chorei muito só por orgulho.
Não tenho medo de errar e nem de admitir um erro, só tenho medo de errar de novo.
Sou o ciúme e a liberdade numa pessoa só. Sinto os dois ao mesmo tempo e deixo transparecer através de lágrimas e um sorriso bobo e inevitável que vem junto a elas.
Coisas arriscadas me atraem, mas nunca fiz nenhuma delas. Me permito à tentação, mas não à tentativas.
Não acredito que a fé mova montanhas, mas tenho convicçao de que montanhas de gente movem muita fé.
Odeio sensação de dependência, mas ao me ver sozinha, por minha conta própria, odeio mais ainda.
Sempre sonhei com o dia em que encararia o mundo, que decidiria minha vida, que tudo mudaria. Hoje tenho medo.
Tenho medo da parte visivelmente cruel do mundo e tenho pavor da parte que parece ser maravilhosa.
Aumento histórias, digo ser super experiente e finjo estar preparada para a vida. Bobagem.
Nunca ter tido problemas grandes não significa nunca ter tido problemas.
De probleminha em probleminha, aprendi a ter medo, a suportar e a saber meu limite.
E aprendi então que meu limite é infinito desde que eu saiba suportar.

domingo, 20 de março de 2011

As vezes sentimos ódio de alguém por muito tempo, mas é um sentimento tão ruim que hora ou outra passa. E a saudade também vai embora, mesmo que você não venha a reencontrar quem a causou.
E por que seria diferente com o amor? Por que o amor tem de ser imortal e inabalável? O amor é um sentimento como a raiva, a saudade, a amizade, e qualquer outro.
É sentido intensamente e podemos deixar de senti-lo também. O amor também pode ser ruim, e é melhor deixar de senti-lo que ficar à mercê de algo que causa dor. É como tudo na vida: nasce, cresce, as vezes planta algumas sementes e, por fim, morre.
O fato de o amor acabar não significa que ele nunca existiu. O amor é superestimado, e é isso que o torna tão difícil e cada vez mais raro.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Foi a primeira mentira que senti prazer em viver ou em apenas pensar conhecer. Não foi rápida e avassaladora. Demorou até demais para vir por completo. E cada partezinha dela me deixava mais eufória, mais fora de mim e me fazia menos eu. Veio me envolvendo, me tirando até a vida que eu achava amar. Era um jogo que eu não sabia nem as regras básicas, mas, ainda assim, era viciada.
Quando tive vaga idéia da real situação fiquei imóvel, apática, não acreditei. A mentira, além de tudo, me cegou. Me deixou tão hipnotizada que eu eu poderia colocar minhas mãos no fogo por ela e garantir que tudo era a maravilha que aparentava ser.
"O passado morreu", era isso que ela me dizia, e eu, boba e ingênua, acreditava piamente nisso. Aliás, acreditava até que não influenciaria em nada no futuro.
Tolice.
Ele estava super vivo e batendo a minha porta. Era um visita indesejada, porém inevitável. A porta estava trancada, mas era tão incoveniente que arrombou-me a porta e entrou como quem está coberto de razão. E estava.
Não me restou nada. Abri mão de tudo para viver aquela fabulosa mentira, até mesmo a tal personalidade que dizia ter.
Acho, na verdade, que durante todo esse tempo eu era a mentira.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Solidão, seja bem-vinda!

Demorou tanto a acreditar no amor que quando ele veio e se fez suficientemente concreto, entregou-se de corpo e alma. Não necessariamente nesta ordem, claro.
Primeiro foi se permitindo sentir: muito coração, pouca razão. Muita loucura, menos razão ainda.
E com o tempo estava completamente envolvida. Aprendeu a engolir seu orgulho e não deixar nada estragar sua felicidade. Aprendeu até a ser infeliz para parecer feliz o tempo todo.
Com o tempo, a paixão era tão ardente que só poderia ser expressada em forma de gritos, gemidos e suor. Deixou as belas e decoradas palavras de lado e deixou que seu corpo falasse. Não via retorno de seu parceiro, mas ainda tinha esperanças de que viesse mais tarde.
Deixou de lado os amigos que diziam que aquilo era doentio, afinal, o que eles sabiam do amor? Não precisava de mais ninguém, nem de si mesma. Só precisava que ele estivesse ao seu lado.
O tempo passou e as esperanças de que o sentimento fosse recíproco ia se perdendo. Resolveu conversar e por um fim no assunto. Na verdade, resolveu apenas conversar.
Durante a conversa, em momento algum, houve súplica para que continuassem juntos, e isso foi o que mais a chocou.
Não sabia a quem recorrer: tinha abandonado os amigos e todos os que diziam que aquilo a fazia mal.
Não era a primeira vez que sofria, mas era primeira vez que se via completamente sozinha, cheia de medos e desconfianças. Descobriu entao que amar é correr o risco de criar uma mágoa profunda, e, quem sabe, eterna.
Deu tempo ao tempo, mas o tempo parecia não estar a seu favor. A tristeza não passava, e o tempo acabou por torna-la normal.
Sua melhor amiga agora se chama magoa e a aprensentou a armagura, fazendo assim com que ela fosse blindada a qualquer tipo de sentimento que pudesse causar decepção de novo. E isso parecia tão bom... Só parecia.