terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Solidão, seja bem-vinda!

Demorou tanto a acreditar no amor que quando ele veio e se fez suficientemente concreto, entregou-se de corpo e alma. Não necessariamente nesta ordem, claro.
Primeiro foi se permitindo sentir: muito coração, pouca razão. Muita loucura, menos razão ainda.
E com o tempo estava completamente envolvida. Aprendeu a engolir seu orgulho e não deixar nada estragar sua felicidade. Aprendeu até a ser infeliz para parecer feliz o tempo todo.
Com o tempo, a paixão era tão ardente que só poderia ser expressada em forma de gritos, gemidos e suor. Deixou as belas e decoradas palavras de lado e deixou que seu corpo falasse. Não via retorno de seu parceiro, mas ainda tinha esperanças de que viesse mais tarde.
Deixou de lado os amigos que diziam que aquilo era doentio, afinal, o que eles sabiam do amor? Não precisava de mais ninguém, nem de si mesma. Só precisava que ele estivesse ao seu lado.
O tempo passou e as esperanças de que o sentimento fosse recíproco ia se perdendo. Resolveu conversar e por um fim no assunto. Na verdade, resolveu apenas conversar.
Durante a conversa, em momento algum, houve súplica para que continuassem juntos, e isso foi o que mais a chocou.
Não sabia a quem recorrer: tinha abandonado os amigos e todos os que diziam que aquilo a fazia mal.
Não era a primeira vez que sofria, mas era primeira vez que se via completamente sozinha, cheia de medos e desconfianças. Descobriu entao que amar é correr o risco de criar uma mágoa profunda, e, quem sabe, eterna.
Deu tempo ao tempo, mas o tempo parecia não estar a seu favor. A tristeza não passava, e o tempo acabou por torna-la normal.
Sua melhor amiga agora se chama magoa e a aprensentou a armagura, fazendo assim com que ela fosse blindada a qualquer tipo de sentimento que pudesse causar decepção de novo. E isso parecia tão bom... Só parecia.